quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Mesmo em outra vida, se for amor, não esquecerás com tanta facilidade.


No início nossos pais tem uma certa mania de sair procurando namoradas para nós e sempre quando vou vasculhar minhas lembranças passadas pela casa encontro naquele lugar escondido a foto daquele “relacionamento sério” que minha mãe tinha arranjado para mim. Até carta minha mãe guarda até hoje, invés de palavras e frases de amor que algumas vezes soa até como cafonice, tinha desenhos. Não posso exigir um desenho melhor daquela carta de um amor forçado, pois ela nem aprender a escrever direito sabia, quanto mais desenhar.
Depois de um tempo quando falava em namorada, ou em estar namorando com alguém só porque disse um certo oi ou a turma da sala presenciou um certo abraço que logo depois veio acompanhado da tradicional frase: “Ta namorando, ta namorando”. Um certo desconforto e muito irritado ficamos. Porém, bastavam apenas um ou dois anos para que a tradicional brincadeira da salada de fruta começasse e o desejo do primeiro selinho despertasse como se fosse algo extraordinário. Na verdade, é algo extraordinário, fazer a primeira coisas que muitos adultos faziam nas ruas, que anos atrás ao ver a cena de um beijo dava um certo nojo, portanto era algo incrível.


Anos se passaram e eis que chega o primeiro encontro e a primeira namorada, um grude incontrolável, um louca vontade de se ver em cada segundo que passava. Direcionamos o nosso olhar para uma pessoa, acreditamos e confiamos que ela possa permanecer ao nosso lado o resto da vida. Nos relacionamentos e nas coisas boas da vida sempre estamos com o amor e os desejos apurados, um completava o outro e ninguém, jamais, ninguém poderiam se separar.
Sempre pensando em coisas positivas, mas conheço um certo alguém que acha que pensamentos negativos atraem coisas negativas. Não vejo dessa maneira em relação a isso que irei falar mais adiante, seria mais uma maneira de autodefesa psicológica ou a realidade do outro dia que não sabemos que pode ser ou não infortúnio.
Nunca pensamos sobre o rompimento ou a perda, mas posso dizer por experiência própria que é uma dor incontrolável, que nunca na vida pensaria que poderia acontecer. A morte é o desejo mais profundo e agradável nesses momentos, é apenas um jeito de cicatrizar aquela dor seca que parecia que estavam espremendo todos os meus órgãos, tendões, coração… Dor que hoje em dia posso dizer que continuo sentindo, de leve, ainda consigo identificar quando ela resolve chegar de mansinho.
No chegar do outro dia infelizmente acordamos vivos. Nada tinha vida, era como se ela não tivesse sentido e já que me tornei um suicida covarde, medroso, continuei vivendo dia após dia e apenas eu saberia daquela dor. Mas, as horas passavam e depois de meses, essa dor acaba sendo suportável. Dor que não vai embora, que fica, porém suportável. Hoje em dia posso andar com as mãos livres, sem tantos arranhões.
Ninguém pensa que um dia pode acabar, ninguém pensa que o fim pode ser trágico, ninguém lembra que o amor é indiscutível, violento e o grande vilão que já existente nas histórias dos livros a séculos, esse sentimento que na maior parte das vezes é agradável. Mas não, eis que na 35º vez que resolvo abrir a janela de manhã cedo e ver as pessoas andando percebo que tenho que continuar do mesmo jeito. Caminhando, passando por ruas estreitas e largas, escutando conversas nas ruas e percebendo que sempre em algum lugar vai existir alguém com uma história mais trágica, que eu possa sentir pena. E sem pensar, depois de dar ouvidos a conversas trágicas e sofredoras, sabia que esses outros continuavam vivendo, caminhando e muito deles nem pareciam ter sofrido nessa vida. O sorriso espalhar-se em meu rosto com apenas um gesto. Um sorriso de uma criança que pode demonstrar que a vida continua e no final teremos histórias e novos amores.
Depois de um determinado tempo e de experiências vividas, com cabelos sem cor e sem brilho como antes lembrei e percebi que continuarei lembrando daquele amor, mesmo não querendo. Os resquícios das dores permaneciam ali, mesmo depois de anos. Nenhum arrependimento, nenhum dia que não foi aproveitado, amores para contar história e aquele que nunca esquecerei, infelizmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário